Diferentes Modalidades de Silagem de Milho no Grupo ABC

17/04/2023 - Atualizado há 1 ano


O milho (Zea mays) é uma das plantas forrageiras mais utilizadas no processo de ensilagem, por apresentar características intrínsecas que permitem boa fermentação e conservação da massa ensilada, além da alta produtividade de massa seca por hectare, tecnologia de cultivo e bom valor nutritivo para os animais.

A área de milho no grupo ABC para a produção de silagem é de aproximadamente 35 mil ha, os produtores do grupo compõem uma das maiores bacias leiteiras do Brasil, sendo que no ano de 2022, o mês de julho registrou mais de 2,5 milhões de litros de leite coletados por dia, de acordo com o Pool Leite (entidade que representa os produtores das cooperativas Castrolanda, Frísia, Capal e demais na região).

Dentre as práticas de ensilagem, a silagem da planta inteira de milho é a forma de alimento padrão mais utilizada pelas propriedades. A sua prática é estabelecida no corte da planta de milho entre 20 a 30 cm de altura, no entanto, a cada ano as silagens são produzidas com técnicas mais aprimoradas e compreender outras modalidades de silagem são ferramentas importantes que podem agregar na diversificação da alimentação do gado bovino de leite.

 

Entres as principais modalidades de ensilagem de milho, podemos destacar:

Silagem de grão úmido (SGU), somente grãos;

Earlage: silagem de espiga com grãos+sabugo;

Snaplage: silagem de espiga com grãos+sabugo+palha da espiga;

Toplage: silagem de planta inteira com corte da planta próximo ao pedúnculo da espiga;

Silagem de planta inteira (SPI 60), corte da planta a 60 cm de altura do chão;

Silagem de planta inteira (SPI 20), corte da planta a 20 cm de altura do chão;

 

Trabalhos foram realizados pela Fundação ABC caracterizando as principais modalidades: silagem com corte “tradicional” (20 cm do chão), silagem com corte “alto” (60 cm do chão), Toplage (corte abaixo da espiga) e as silagens de espiga: Earlage, Snaplage e Grão Úmido.

É importante destacar que as três primeiras modalidades de silagem, utilizam partes da planta e não só da espiga, conforme figura 1. O ponto de corte é estabelecido pela matéria seca da planta inteira, o ideal está em torno de 30-35% de matéria seca.

 

 

Figura 1. Participação de partes da planta em três diferentes silagens de planta inteira.
Já para as modalidades de silagem de espigas: Snaplage, Earlage e Grão Úmido, figura 2. O ponto de colheita é definido pela umidade dos grãos e o ideal está em torno de 35% de umidade (maturidade fisiológica da planta).

 

 

Figura 2. Participação de partes da espiga em três diferentes silagens.

 

Nas figuras 1 e 2, é possível observar e diferenciar qual modalidade tem maior participação das partes da planta de milho (SPI 20) até a com menor participação (SGU) e quando analisamos os dados de produção de massa verde, a silagem de planta inteira “tradicional” foi a que resultou em maior produção de massa verde (69.981 kg ha-1), Figura 3. Fato já esperado e confirmado, uma vez que corresponde a maior participação das partes da planta, a produtividade de massa verde foi maior. O mesmo comportamento é verificado quando observamos os dados de massa seca (Figura 4) e para a silagem de grão úmido é a que tem menor produção (12.281 kg ha-1), pois só tem a participação dos grãos.

 

Figura 3. Produtividade de massa verde (kg.ha-1) das diferentes silagens.

Figura 4. Produtividade de massa seca (kg.ha-1) das diferentes silagens.

Nas figuras 5 e 6 estão apresentados os teores de fibras (FDA – Fibra em Detergente Ácido e FDN – Fibra em Detergente Neutro) de cada modalidade de silagem, a medida que a participação dos componentes folha e colmo vão aumentando nas diferentes silagens, os teores de fibra vão aumentando também.

Figura 5. Fibra em Detergente Ácido – FDA (%) das diferentes silagens.

Figura 6. Fibra em Detergente Neutro – FDN (%) das diferentes silagens.

O inverso acontece com o componente amido (Figura 7), que resultou em maiores teores na silagem de grão úmido (72%) até 30% na silagem de planta inteira corte “tradicional”. O comportamento da DIVMO, que estima a digestibilidade total de cada silagem, variando de 88% a 75% (Figura 8).

Figura 7. Porcentagem de Amido das diferentes silagens.

Figura 8. Digestibilidade in Vitro da Matéria Orgânica (DIVMO) das diferentes silagens.

Considerações

 

As diferentes modalidades de silagem têm suas características especificas e sua utilização deve ser adaptada a realidade e necessidade de cada propriedade;

Maiores informações favor entrar em contato com o setor de Forragens & Grãos.


 

 

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