Impacto das doenças na produtividade do Milho

30/11/2023 - Atualizado há 5 meses


O milho é o segundo cereal mais produzido no Brasil, o cultivo em primeira época, ou milho safra, reduziu substancialmente no decorrer dos anos, devido à disputa com o cultivo da soja, em contrapartida, a área de milho safrinha, ou segunda safra, ganhou espaço dentro do sistema produtivo e, de acordo com os dados do 12° Levantamento da CONAB, 2022/23 se comparado à 2011/12, teve um acréscimo de 125%.

O grupo ABC, representado pelas cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, na safra 2021/22 apresentou ganho médio em produtividade de 93% em relação à média brasileira do grão. A variabilidade genética possibilita que se realize a escolha mais adequada do material para a região de cultivo, época de semeadura e investimentos. O melhoramento focado em maiores produtividades, aliado a ausência de rotação de culturas, contribuem para a suscetibilidade às diversas doenças, sendo esses alguns dos motivos pelos quais, temos observado a ocorrência de doenças cada vez mais cedo e evoluindo de maneira mais agressiva. A relevância de cada doença tem variado a cada safra e para o seu desenvolvimento, há necessidade de ocorrência de três parâmetros: um hospedeiro ou híbrido suscetível, patógeno virulento e condições ambientais favoráveis ao patógeno. Ao completar o triangulo da doença, os impactos podem ser consideráveis. A fim de estimar os percentuais de perdas causados pela redução da área foliar, realizou-se simulação de altas severidades através de desfolha artificial total das plantas em três estádios, VT, R2 e R5 (Gráfico 1). A redução no rendimento pode ser observada nos três estádios em análise e nota-se que nos estádios VT e R2 a perda de área foliar da cultura impactou significativamente, em R5 o percentual, ainda que baixo, foi estatisticamente diferente do observado nas parcelas sem desfolha ou análogas às plantas com boa sanidade foliar.

Para compreender a perda de área foliar por terço da planta, utilizou-se como referência o estádio reprodutivo R2, de grão bolha d’água (Gráfico 2) e recorreu-se ao mesmo método de desfolha artificial. Constatou-se que, quando afetada as folhas acima da espiga ou intermediárias os percentuais equivalem a 38% e 30%, refletindo a importância destes terços da planta para o enchimento de grãos. Sendo assim, proteger o dossel superior da cultura contra doenças é de extrema importância! A desfolha artificial em folhas mais velhas, como abaixo da espiga, demonstram sua baixa contribuição dentro da produtividade observada, contudo, este terço com presença de doenças, servem de fonte de inoculo para as folhas superiores, além disso, o desenvolvimento de doença nos estádios vegetativos, podem acarretar desuniformidade da lavoura e baixo índice de área foliar disponível para o período crucial de polinização de grãos.

O momento de se iniciar as aplicações na cultura do milho, deve levar em conta alguns fatores como, área de monocultivo, patógeno necrotófico, condições climáticas favoráveis ao patógeno e híbrido suscetível, por exemplo. A indicação de aplicação de produtos com performance adequada para o controle de cada patógeno é de suma importância para reduzir a evolução da doença, bem como, fonte de inoculo para as folhas que mais contribuem para o enchimento de grãos. No Gráfico 3 é possível constatar que a repetição de strobymix para Bipolaris sp., por exemplo, tem baixa eficácia, contudo, o posicionamento de aplicação de fungicidas stroby-mix na fase vegetativa e entrada posteriormente com caboxamidas, apresenta controle intermediário, sendo as melhores performances com aplicações sequenciais de carboxamidas.

O momento de se iniciar as aplicações na cultura do milho, deve levar em conta alguns fatores como, área de monocultivo, patógeno necrotófico, condições climáticas favoráveis ao patógeno e híbrido suscetível, por exemplo. A indicação de aplicação de produtos com performance adequada para o controle de cada patógeno é de suma importância para reduzir a evolução da doença, bem como, fonte de inoculo para as folhas que mais contribuem para o enchimento de grãos. No Gráfico 3 é possível constatar que a repetição de strobymix para Bipolaris sp., por exemplo, tem baixa eficácia, contudo, o posicionamento de aplicação de fungicidas stroby-mix na fase vegetativa e entrada posteriormente com caboxamidas, apresenta controle intermediário, sendo as melhores performances com aplicações sequenciais de carboxamidas.

 

 

Ressalta-se que as aplicações do experimento exposto no gráfico acima, iniciaram em V7/V8, sendo que, a recomendação para esta doença, em híbridos suscetíveis, é iniciar no estádio V4, tendo em vista que a doença inicia nas folhas inferiores, apresenta rápida evolução em condições favoráveis e dificuldade de controle. Além disso, a entrada tardia na lavoura não permite que o produto atinja as folhas inferiores, favorecendo a progresso da doença. Quando o assunto é produção de milho para silagem, as doenças não deixam de ser uma preocupação frequente! Os números dentro do Grupo ABC mostram a cada ano uma adesão maior ao uso de fungicidas, em 10 anos este percentual cresceu 62,5%, deixando mais evidente a preocupação com a sanidade da cultura e o retorno em qualidade da silagem produzida. Devemos ter informações que contemplem o perfil sanitário dos híbridos a serem semeados, as indicações de performance dos fungicidas registrados para a cultura e monitorar para correto diagnóstico das doenças. A decisão de realizar as aplicações e quais produtos a utilizar é uma definição técnica.

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