A troca de informações que gera conhecimento!

A receita é antiga e sempre dá certa! Tanto é que várias fer­ramentas utilizadas no mundo dos negócios são baseadas nela: a troca de informações. É o caso do Benchrnarking, que nada mais é a análise das melhores práticas que uma outra propriedade realiza e que podem ser replicadas na sua atividade. E isso pode ocorrer num bate-papo de beira de cerca ou, com mais profundidade, em encontros organi­zados para este fim.
E é nesta linha que a Fundação ABC vem praticando, há quase 40 anos. Seja a convite das cooperativas ou dos gru­pos de contribuintes, o time de pesquisa sempre está parti­cipando de encontros, reuniões e dias de campo, além dos eventos maiores. Para se ter uma ideia, só nos primeiros três meses do ano, a instituição já contabilizou 36 participa­ções. É como se os pesquisadores tirassem um mês inteiro só para realizar as apresentações.
Na visão de Luís Henrique Penckowski, gerente Técnico de Pesquisa, a fase da pandemia distanciou os produtores, as­sistentes técnicos e pesquisadores, mas isso terminou. “O número expressivo de eventos e a presença de um público interessado e participativo comprovam isto. E esta intera­ção entre estes públicos é muito importante, pois assim co­mo repassamos muitas informações, nós também recebe­mos deles, que estão lá no campo, no dia-a-dia”, comentou.
Penckowski também destacou a avaliação dos eventos rea­lizados pela fundação neste ano, que até o momento teve média superior a 9.5, numa escala de zero a dez. “A informa­ção que está sendo levada aos produtores e assistentes es­tá sendo bem recebida e o público enxerga valor naquilo que o time da pesquisa está passando”, encerrou.
Abaixo apresentamos um resumo deste período.

Programação da safra Inverno 23/23
Já na segunda semana de janeiro, os assistentes técnicos que atendem os produtores ligados a fundação receberam os resultados dos trabalhos realizados na safra 22/22 e as­sim todos os manejas foram atualizados, bem como a lista dos melhores cultivares para cada região.

 

Apresentação de Resultados da Safra Inverno, realizado na sede da Fundação ABC

A programação foi de um dia inteiro, onde os coordenado­res de pesquisa foram revezando para passar as informa­ções mais importantes. Também houve uma apresentação específica para os técnicos das cooperativas ligados ao se­tor Pecuário. A participação total foi de 138 assistentes téc­nicos. Já nas semanas seguintes, ocorreram encontros com os co­operados das Frísia e Castrolanda, também com informa­ções mais diretas para a programação da próxima safra. Ao todo, 81 produtores participaram nas reuniões que ocorre­ram em Carambeí (PR), Castro (PR) e Itaberá (SP).
Para os produtores da Capai, a apresentação teve um for­mato diferente, com pontos de atenção no início da safra. Foram quatro encontros no início de abril, sendo três na área de atuação de São Paulo e um no Paraná. “Foram en­contros muito produtivos. Percebi um público interessa­do e fazendo muitas perguntas. Isso é muito bom!”, co­mentou Helio J oris, pesquisador e coordenador do setor de Fitotecnia e Sistemas de Produção, sobre os encontros com os produtores.

Treinamentos
Para os dois públicos, produtores e assistentes técnicos, os setores de Herbologia e Solos e Nutrição de Plantas tam­bém promoveram treinamentos. O primeiro orientou os produtores da Frísia quanto a dessecação de campos de se­mentes. Já o segundo, o bate-papo foi sobre fechamento de fórmulas, compatibilidade e qualidade de fertilizantes aos assistentes técnicos da Capai. Em ambos os casos, a solici­tação dos treinamentos foi realizada a pedido dos coorde­nadores técnicos das cooperativas.

Treinamento do setor de Herbologia, sobre dessecação de campos de sementes

Dia de Campo

Dia de Campo no COE Ponta Grossa

Dia de Campo, em Witmarsum
Ao todo foram 13 encontros no campo. A maioria do setor de Forragens & Grãos e mais especificamente para conferir de perto trabalhos de milho silagem, realizados nos CDE · s de Arapoti (PR), Itapeva (SP), Ponta Grossa (PR) e Castro (PR) e em áreas das cooperativas e de produtores como a que ocorreu em Witmarsum, no início de março, com foco em milho e silagem. A média foi de 26 pessoas para cada en­contro.
Ainda tivemos a participação dos setores de pesquisa nos dias de Campo promovidos pela Coopagrícola, em feverei­ro e março, que ocorreram em Ivaí (PR), Ponta Grossa (PR) e Palmeira (PR). O público que passou nestes três dias foi de 392 pessoas.

Dia de Campo da Coopagrícola, no município de Palmeira

Dia de Campo no COE Castro

Em sua 11 ª edição, os encontros do TecCampo Capai ocor­reram em duas etapas. A primeira no início de fevereiro, sen­do realizado em Itaberá (SP), Arapoti (PR) e Itapeva (SP). E no início de março, o time de pesquisa da fundação foi para Wenceslau Braz (PR), Taquarivaí (SP) e Taquarituba (SP). O público total foi de 214 pessoas.

Palestra de abertura sobre Bioinsumos no TecCampo Capai, realizado em Arapoti (PR)

Apresentação do setor de Entomologia, no TecCampo Capai, em ltaberá (SP)

3° Show Tecnológico Cerrado

Imagem área da terceira edição do Show Tecnológico Cerrado, que fica ao lado da Unidade de Paraíso do Tocantins, da Frisia
O evento realizado em Paraíso do Tocantins (TO) ocorreu nos dias 2 e 3 de fevereiro e reuniu 1.180 pessoas, segundo a Frísia Cooperativa Agroindustrial, que organiza o evento com o apoio da Fundação ABC. Esta foi a terceira edição, que contou com as apresentações dos setores de Fitotecnia e Sistemas de Produção, Fitopatologia, Solos e Nutrição de Plantas e uma dobradinha do Forragens & Grãos com Economia Rural.
O cooperado Rafael Staniszewski, de Pium (TO), confirmou ao informativo da cooperativa a importância do espaço de apresentação das novas tecnologias e a troca de experiên­cias entre os cooperados. “Acho que é um evento muito importante para nós. Tivemos um clima bem favorável e tudo caminhou bem”, disse.

Pesquisadores fizeram apresentações no campo

Encontro Técnico KGL
No início de fevereiro, o gerente Técnico de Pesquisa Luís Henrique Penckowski e os pesquisadores Senio Prestes (Fi­topatolo gia), Helio J o ris (Fitotecnia e Sistemas de Produção) e Fabrício Povh (Mecanização Agrícola e Agricultura de Precisão) estiveram no Triângulo Mineiro. Foi o Encontro Técnico KGL, realizado no município de Indianápolis (MG), onde a Fundação ABC instalou um ensa­io genótipos de soja.

Penckowski apresentou a Fundação ABC aos produtores da região

Visita ao ensaio de genótipos de soja, instalado no
Triângulo Mineiro

27º Show Tecnológico Verão
Bastante aguardado por produtores, agrônomos e estudan­tes, a 27ª edição reuniu mais de 4.500 pessoas nos dias 1 e 2 de março, no CDE Ponta Grossa (PR). Nesta mesma edição você confere uma reportagem especial.

Avaliação

Na visão de Luís Henrique Penckowski, atual gerente Técnico de Pesquisa na Fundação ABC, a fase da pande­mia que distanciou produtores, assistentes técnicos e pes­quisadores terminou. “O número expressivo de eventos comprova isto e esta interação entre estes públicos é mu­ito importante, pois assim como repassamos muitas in­formações, nós também recebemos deles, que estão lá no campo, no dia-a-dia”, comentou.
Penckowski também destacou a avaliação dos eventos rea­lizados pela fundação, que até o momento teve média supe­rior a 9.5, numa escala de zero a dez. “A informação que es­tá sendo levada aos produtores e assistentes está sendo bem recebida e o público enxerga valor naquilo que o ti­me da pesquisa está passando”, encerrou.

 

Mulheres no Agro

No mês de março, desde 1975, quando foi instituído pelas Nações Unidas, é mundialmente celebrado o Dia da Mulher. E a Fundação ABC não pode­ria deixar de homenagear aquelas que fazem parte da pesquisa e do desenvol­vimento do agronegócio de maneira ge­ral. Para isso, cooperadas da Frísia, Castrolanda e Capal, mantenedoras da Fundação e profissionais da institui­ção contaram as suas histórias de amor e de trabalho voltado à agricultu­ra, pecuária, estudos e cooperativis­mo.

A intenção de toda a série, que contou com seis episódios, foi valorizar a re­presentatividade feminina no setor, que já tem o seu espaço consolidado de voz, opinião e força. Cada história, com sua peculiaridade, trouxe a sensi­bilidade e olhar da mulher para o setor, demostrando as suas contribuições em uma cadeia tão importante para a economia e para a sociedade.

Do salto à galocha

Uma dessas histórias que a série apre­senta é a da Fernanda Bacelar. A publi­citária que trocou o salto alto e a atua­ção na área da beleza pela galocha e tra­balho com o confinamento de gado de leite. A virada de chave da cooperada da Capal, foi quando a família herdou a leiteria que era dos avós. Reativar e transformar em um negócio eficiente exigiu investimentos em tecnologia, apoio da pesquisa e gestão, com esco­lhas cada vez mais estratégicas.

Força com o olhar voltado à tecnolo­gia
Outra história é a da engenheira quími­ca da Fundação, Keyla Franquitto. Atuando na área da pesquisa, ela bus­ca a melhoria contínua no seu trabalho. Ela acredita que apesar da mulher sem­pre ser considerada frágil, é muito forte e consegue desenvolver o seu olhar pa­ra os detalhes e melhoria da tecnologia do agronegócio.

Pioneirismo feminino no cooperati­vismo
Já para Eizete Teles Peter, primeira e única mulher até hoje a fazer parte do conselho de Administração da Castrolanda, o seu pioneirismo trouxe inspiração a outras mulheres com po­tencial e capacidade para se tornarem parte dos comitês e comissões. Para ela, a visão feminina é necessária, uma vez que essa presença vem acompa­nhada da sensibilidade capaz de com­plementar o todo no cooperativismo.

Resultado para a sociedade

Perceber que o seu trabalho na área de Compras é parte de todo um processo na cadeia de produção de alimentos na região é o que torna a assistente Tamiris Goto Almeida uma pessoa ain­da mais apaixonada pelo agro. Ela con­sidera que cada vez mais o papel da muher é fundamental para a tomada de decisões e entrega de resultados que chegam até a mesa do consumidor. Além disso, esse empenho vem com o compromisso da qualidade do que é fei­to para os cooperados, com reflexos em toda a sociedade.

Sensibilidade na gestão
Os números não foram suficientes para manter a economista Lorena Delezuk Copla longe da pecuária de leite. O amor pelo gado veio da mãe, que desde criança tirava leite das vacas e que por muito tempo foi a gestora da proprieda­de. Para Lorena, a presença feminina fez com que a leiteria crescesse, com a sensibilidade voltada à gestão de pes­soas, administração, junto com o apoio da pesquisa que melhora a nutrição dos animais. A tecnologia e as inova­ções, para ela, foram grandes aliadas no protagonismo feminino neste seg­mento.

Paixão pela profissão

Apaixonada pela profissão, a enge­nheira agrônoma Eliana Fernandes Borsato, incorpora a pesquisa na sua vi­da buscando soluções com as multi­habilidades femininas. Para ela, o amor-próprio, a segurança consigo mesma são essenciais para a conquis­ta e manutenção da sua credibilidade e confiança, fortalecendo o seu espaço e sua presença junto aos produtores atendidos pela Fundação ABC.

 

Show Tecnológico Verão: Referência e aproximação entre pesquisa, produtores e técnicos

A Fundação ABC realizou nos dias 1 e 2 de março a 26ª edição do Show Tecnológico Verão. O evento realizado no CDE de Ponta Grossa foi voltado para produtores rurais, técnicos e estudantes. Ao todo, o evento contou com aproximadamente 4,5 mil pessoas interessadas pelos resultados das últimas pesquisas voltadas às culturas de verão.

A proposta, segundo a organização, foi oferecer aos participantes informações que vão desde a preparação da semente, manejo da lavoura, passando pela tecnologia e rentabilidade em sistemas de produção. Para isso, os técnicos da Fundação ABC apresentaram dezenas de palestras dentro das áreas de: Agrometeorologia, Economia Rural, Entomologia, Fitopatologia, Fitotecnia e Sistemas de Produção, Forragens & Grãos, Herbologia, Mecanização Agrícola e Agricultura de Precisão, sigmaABC, Solos e Nutrição de Plantas. A intenção é, a cada ano, aproximar a pesquisa do dia a dia de quem vive e depende do Agronegócio.

 

Para Luís Henrique Penckowski, gerente Técnico de Pesquisa da Fundação ABC, o Show Tecnológico é o fechamento da safra de verão e o grande intuito é mostrar o conhecimento para passar aos cooperados. Apesar da Fundação estar ao lado do produtor por 365 dias do ano, o Show é uma grande oportunidade para o networking. “O evento serve de oportunidade para cooperados, assistência técnica, e parceiros trocarem informações sobre inovação e novidades, além de captar as demandas do produtor”, destaca. Penckoski reforça que a agricultura e a pecuária passaram por grandes evoluções nos últimos 20 anos, com muitos desafios. “Isso fez com que tivéssemos que nos antecipar a tendências e estar na vanguarda. Sempre fomos proativos para entregar uma agricultura mais sustentável, com maior produtividade e redução de custos”, ressalta.

Aprendizado e troca de experiências

Aos 73 anos de idade, o agrônomo Tiaki Umeda, da região de Itararé (SP), que participou de boa parte das 26 edições do Show Tecnológico Verão, reforça que a dinâmica da agricultura exige atualização e buscas constantes por informações. “A cada evento que a gente participa, sempre tem algo novo para aprender e se a gente não se atualiza, acaba ficando para trás”, comenta.

O agrônomo holandês, Hans Peeten, que foi um dos profissionais precursores do Plantio Direto, que ganhou força na região dos Campos Gerais e se difundiu pelo país todo, mais uma vez participou do Show Tecnológico Verão. Para ele, a agricultura da região segue sendo modelo para o mundo. “E posso dizer isso porque viajo por países da Ásia, Europa e África, observando outras culturas”, comenta. E os Campos Gerais, segundo ele, são referência para união de forças, onde o principal aspecto está voltado para as pessoas, que cada vez mais têm o interesse voltado para as possibilidades que a tecnologia e as pesquisa trazem. “Esse desenvolvimento de produtores mais atentos e as empresas do setor cada vez mais competitivas trazem grandes vantagens quando somados ao trabalho da fundação, que é baseado na vontade do produtor. É uma metodologia atenta e que tem o poder para enfrentar os novos desafios da agricultura”, admite.

Para a produtora rural Celina Junqueira Issa, o Show Tecnológico é um marco para quem vive do agro. Ela conta que a grande vantagem de quem participa está no fato de otimizar, em um único espaço, tempo com explicações técnicas, informações de fornecedores e demonstração de campos com resultados. “Em um único dia conseguimos ver as marcas expositoras e tudo o que está sendo feito pela Fundação com uma perspectiva de mercado”, destaca. Ela reforça que tudo o que é visto dentro do Show é depois repassado pelos técnicos na sua propriedade.

Buscar avanços, melhorias e novidades é a proposta do agricultor de Ivaí (PR) João Eli Domingues, que costuma participar das edições do Show Tecnológico. Ele admite que sempre volta para a propriedade com “bons conhecimentos” para aplicar dentro da rotina. Ele que participou da 26 edição acompanhado do filho, recomenda o evento como uma oportunidade de evoluir para as futuras gerações. “A gente tem que ter o pé no chão, mas a gente sai daqui renovado também por saber que estes conhecimentos são para quem irá ser a sucessão nas propriedades”, revela.

Sobre a 26ª edição

Na primeira edição do Show Tecnológico Verão, a área de abrangência da Fundação alcançava cerca de 100 mil hectares. Um quarto de século depois, essa área já é seis vezes maior. Esse crescimento é consequência da relevância e representatividade do trabalho da Fundação e é reconhecido também por meio da avaliação do evento. A nota para a organização dessa edição, segundo as entrevistas aplicadas a uma amostra de 200 participantes, foi de 9,2. Já para as palestras, conteúdos e didática, a nota é ainda mais expressiva, chegando à casa dos 9,6. Para o supervisor de Marketing da Fundação, Silvio Bona, esses números são reflexo de um trabalho multidisciplinar e intenso, para que cada vez mais, o evento se torne uma experiência. “Temos buscado referência, colhendo a cada ano informações que nos sirvam de subsídio para que no ano seguinte tenhamos um evento ainda melhor e a pesquisa mostra que estamos atingindo o propósito”, comemora.

Empresas parceiras destacam participação no evento

O desenvolvimento e consolidação do processo de pesquisa, que é o cerne da Fundação ABC, depende das cooperativas, produtores, técnicos e também das parcerias. E a 26ª edição do Show Tecnológico bateu recorde de expositores que acreditam no potencial do evento e em negócios que se transformam em resultado. E um dos exemplos dessa parceria é a Sementes Castrolanda/Helpen. Para o engenheiro agrônomo e coordenador de Assistência Técnica da Castrolanda, Rudinei Bogorni, o Show é considerado o principal evento da região para a difusão de tecnologia. Para ele, ter uma presença forte de marca e prover novos negócios durante o evento é um caminho sem volta. “Entendemos o evento como uma grande oportunidade de interação com nossos cooperados, demais produtores, onde podemos apresentar os nossos serviços e produtos”, aponta.

Para o superintendente de Desenvolvimento de Negócios da Superbac, Henrique Contins, não é diferente. Ele destaca que o Show representa uma grande vitrine. “Somos uma empresa de inovação que oferece vários tipos de biotecnológicos produtos focados na fertilidade do solo através de mais informação para o campo. E essa é uma ótima oportunidade”, garante. Ele explica que o foco na melhoria do solo, garante longevidade, maior rentabilidade, mais qualidade de vida, além do produto entrar em um ciclo de maior ganho para o produtor e sua família.

O agrônomo José Alessandro da Silva, representante Comercial da Giro Agro na região, aponta que uma das principais vantagens está na geração de oportunidades de negócios. Isto porque, segundo ele, é na parcela que se consegue mostrar o produto da Giro Agro, comparado com uma testemunha. “É neste momento que o produtor de fato vê o que está sendo usado no campo e o resultado que pode ter na sua lavoura”, comemora.

Outra importante parceira nessa edição foi a Nitro Agro. Uma produtora global de especialidades químicas para diversos setores industriais e de insumos para o

Agronegócio é categórica: “com certeza o Show deste ano foi uma virada de chave para a Nitro na área de atuação da Fundação ABC.” A afirmação é de Bruno Loman, coordenador técnico de Mercado da Nitro Agro. Além disso, o gerente Comercial Sul, Armando Morisada Fujimura, explica que a participação da empresa é uma forma de comunicar ao mercado tecnologias de forma dinâmica. “Para isso, fazemos investimentos em pesquisa, com campos demonstrativos onde temos a oportunidade de apresentar o momento ideal, os nutrientes e como entregar o aumento de produtividade”, explica.

 

10 anos de parceria no Cerrado Brasileiro

A abrangência dos trabalhos da Fundação ABC e a representatividade do Show Tecnológico já alcança diversas regiões do país, ampliando o olhar para características climáticas, de solo e de cultivares em outros estados. Um bom exemplo desse alcance está na região do cerrado, especificamente na divisa entre Minas Gerais e Goiás. Lá, há cerca de 10 anos, Boleslau Wesgueber Júnior, parceiro da fundação na região e diretor técnico da KGL Consultoria em Agronegócio, dissemina as informações da instituição aos produtores que recebem a assistência técnica da sua empresa. Ele que costuma participar do Show Tecnológico Verão, desta vez, veio acompanhado de uma comitiva de 12 produtores e técnicos da região com o propósito de fortalecer a relação entre pesquisa, consultoria e agricultor. “O Show é um evento de extrema importância, diferente do existe no mercado por ser totalmente técnico, voltado a como fazer e como não fazer”, argumenta. Ele destaca que a pesquisa dos Campos Gerais segue a mesma base para toda agricultura. “Dessa forma, temas como a correção de solo, manejo de fertilidade, nutrição e controle plantas daninhas são aplicáveis também na nossa área de atuação”, comenta. Outra característica do trabalho da pesquisa, de acordo com Boleslau, está no fato da sua imparcialidade, que garante a capacidade de demonstrar ainda mais confiança, fortalecendo os elos nessa cadeia, com foco em melhores resultados.

 

 

Fundação tem área experimental dedicada para biológicos

A Fundação ABC destinou uma área específica para entender a performance dos produtos biológicos no controle de doenças radiculares. O campo destinado para tal projeto está localizado em Ponta Grossa (PR) e conta atualmente com dez ensaios, distribuídos em sete glebas. Destes, dois ensaios são de longa duração, nos quais os pesquisadores querem entender o quanto os bioinsumos estão agregando no manejo das doenças, de uma safra para outra.

Os trabalhos na área começaram na safra 2022/2023, mas os estudos com os biológicos, como são popularmente chamados, já são realizados na fundação desde 1998. Segundo Luís Henrique Penckowski, pesquisador e gerente Técnico de Pesquisa, a implantação do campo foi necessária devido à grande oferta de bioinsumos, como agentes de controle biológico, inoculantes, biofertilizantes, bioestimulantes, condicionadores de solo e repositores de biodiversidade. “Consequentemente, os produtores começaram a nos questionar sobre a eficácia e embarcaram na ideia de produzir os bioinsumos na própria fazenda, para uso próprio. Diante disto, reorganizamos internamente os estudos nesta área e reformulamos os trabalhos do laboratório de Entomologia e Fitopatologia (LabEF), que também ganhou novo nome”, contou.

Centro de Estudos e o novo laboratório

Com o objetivo de somar esforços para avançar nos estudos, no primeiro semestre de 2022 a Fundação ABC criou o Centro de Estudos de Bioinsumos, no qual todos os demais setores de pesquisa participam, interagindo com o novo Laboratório de Proteção de Plantas e Bioinsumos (LabP²Bio). Além dos serviços que já era prestados pelo antigo LabEF, a nova reformulação incluiu um diversificado portifólio de análises (figura 2), incluindo a de qualidade dos Bioinsumos e com uma variedade considerável de bioagentes (figura 3)

Figura 2 – Portifólio do Laboratório de Proteção de Plantas e Bioinsumos. *Análise fisiológica de sementes somente para pesquisa interna. Fundação ABC. Castro, 2023.

Figura 3 – Lista de bioagentes (fungos e bactérias) que podem ser analisados no Laboratório de Proteção de Plantas e Bioinsumos – LabP²Bio. Fundação ABC. Castro, 2023.

O próximo passo será trazer a ferramenta molecular para dar mais agilidade na obtenção dos resultados. Atualmente, estão sendo realizados estudos para oferecer a concentração e a identidade de alguns bioagentes através de genética molecular, tecnologia empregada em outros processos no LabP²Bio. Isto será possível através da recente aquisição feita pelo laboratório, de um equipamento que permite fazer uma reação para identificar e quantificar alvos específicos. “Este avanço, será muito importante, visto que a entrega final do laudo vai se dar de forma mais rápida”, destacou Daniele Tasior, pesquisadora do LabP2Bio.

Equipamento recém adquirido para agilizar os trabalhos de detecção e quantificação molecular de alvos específicos.

A qualidade dos “on farm”  

A produção de insumos biológicos na propriedade, para uso próprio, se dá através da replicação de produtos comerciais ou por meio de pré-inóculos vendidos por empresas especializadas, que podem comercializar também a infraestrutura necessária para esse tipo de produção. Apesar de existirem casos de sucesso na produção on farm, em algumas situações, em que a produção se dá de forma precária e ineficiente, o resultado são produtos sem qualidade (concentrações inadequadas e proliferação de contaminantes). A qualidade do produto biológico está diretamente relacionado com sua eficácia no campo, tanto para a promoção de crescimento, quanto para o controle de pragas e doenças.

 

Com isso, o primeiro trabalho realizado pelo laboratório, em conjunto com o setor de Fitopatologia, foi o de acompanhar mais de perto a produção “on farm” de Bioinsumos por alguns produtores ligados a Fundação ABC.

 

Segundo o time de pesquisa, o levantamento realizado ao longo de um semestre possibilitou diferenciar a produção na propriedade em três cenários, quanto ao nível tecnológico empregado durante a produção. No primeiro deles, um baixo nível tecnológico em relação aos insumos (inóculos com pouca ou nenhuma qualidade) e ao sistema de multiplicação (rudimentares, com utilização de multiplicação em caixas de água improvisadas, com sanitização ineficiente e sem monitoramento do processo). Ambiente com pouco ou nenhum cuidado durante o processo de produção e sem capacitação de equipe.

Já no segundo cenário, um médio nível tecnológico em relação aos insumos (inóculos com garantia de qualidade) e quanto ao sistema de multiplicação (menos rudimentares, ambiente composto por recipientes de inox, maior cuidado na manipulação durante a produção, no entanto, com sanitização pouco eficientes).

Por fim, no terceiro, um alto nível tecnológico em relação aos insumos (inóculos com garantia de qualidade, meios de cultura específicos) e quanto ao sistema de multiplicação (sistema produtivo semelhante ao processo de produção industrial, monitoramento do processo, sanitização eficiente, capacitação e treinamento de equipe).

No total, foram analisadas 413 amostras, provenientes dos diferentes cenários. Destas, 88% tiveram bactérias como bioagente de interesse e 12%, fungos. De forma geral, 59,8% das amostras apresentaram concentração mínima abaixo do aceitável (menor que 1,0 x 10⁸), 7,5 % apresentaram concentração acima do aceitável (maior que 1,0 x 10⁸) e 32,7% das amostras não apresentaram o bioagente de interesse no produto multiplicado. E mais um ponto importante, 48% do total das amostras continha impurezas, ou seja, estavam contaminadas.

A maior porcentagem (83%) de amostras com UFC (Unidade Formadora de Colônia) inferiores a 100.000.000/ml foi obtida de produção on farm no cenário 1 (baixo nível tecnológico). Além disto, neste cenário, 100% das amostras estavam contaminadas e 75% das amostras não continham o bioagente alvo da multiplicação.

Já nos cenários 2 e 3 houve a maior frequência de amostras com UFC superiores a 100.000.000/ ml, 37 e 31%, respectivamente. No entanto, uma quantidade considerável continuou apresentando contaminantes. Ainda nestes cenários, 25 e 40% das amostras analisadas, respectivamente, não continham o bioagente alvo da multiplicação

Conforme explica Senio José Napoli Prestes, pesquisador e coordenador do setor de Fitopatologia, os dados levantados mostram que está havendo dificuldades no processo de produção de bioinsumos on farm. “Principalmente, em relação a concentração adequada, sobrevivência e a ausência de contaminantes nos diferentes níveis de tecnologia empregado. Está claro que o nível tecnológico adotado interfere na qualidade da produção”, destacou ele.